segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Herança dos Samurais na Formação do Homem Moderno


Sobre os antigos samurais, pouco ou quase nada sabemos, entretanto é fato a estreita relação com o feudalismo, cujo crescimento e desenvolvimento se deu durante um longo período de guerras, oriundas de conflitos por posse de terras.

Fenômeno de uma sociedade rural, eles eram homens rudes, hábeis no manejo da espada e da cavalaria, artes que aprendiam desde cedo. Morrer em batalha a serviço do seu senhor, era considerado a morte mais adequada para um samurai. Acreditavam que uma morte honrada garantia a vida eterna no outro mundo. Dentre os samurais, o mais citado é Myamoto Musashi.

Myamoto Musashi

Era, portanto, uma classe que surgida dos pequenos lavradores autônomos, ao se sentirem desprotegidos, organizavam-se para se defenderem, surgindo assim, a classe dos samurais ou bushis.

Em 1609 o Clã Satsuma, formado por samurais do Japão, invadiu e conquistou Okinawa, incorporando o arquipélago ao Império Japonês. A primeira providência foi a de proibir o porte e o uso de armas. Mas era muito tarde! Os nativos e pescadores olhados com desprezo pelos conquistadores, tinham em suas mãos as sementes de uma das mais devastadoras artes marciais conhecidas: o Karatê-Dô.

O período de ocupação japonesa fez florescer diversos estilos de artes marciais, que ficaram conhecidas pelos nomes das cidades onde nasceram: Naha-Te, Shuri-Te e Tomari-Te. Em 1879, durante a Restauração Meiji, Okinawa se tornou uma prefeitura do Japão (equivalente aos nossos estados), aumentado bastante o intercâmbio entre os dois povos.

O mais famoso espadachim de todos os tempos Myamoto Musashi o mais exímio e sábio dos samurais japoneses, autor de “O Livro de Cinco Anéis” (Gorin No Sho), literatura que sintetiza o seu vasto conhecimento, adquirido ao longo de sua vida de guerreiro corajoso e invencível.
Cinco Anéis de Musashi

Além de espadachim, era artista esculpia em madeira e pintava telas que até hoje atingem grande preço no Japão. Certa vez o questionaram porque usava a espada, já que sabia pintar tão bem e poderia viver facilmente da pintura.

Musashi respondeu que para ele a pintura era um mero passatempo, que sua arte era mesmo a espada. Ao que se sabe seu pai, teria sido assassinado por um samurai, o que fez com que, órfão e desamparado acompanhasse um grande samurai durante anos, em suas andanças através do Japão, implorando que lhe ensinasse sua arte.

O samurai contrariado com o garoto que nunca o abandonava, recusava-se a ensina-lo até que, habituado com sua presença, passou a usá-lo como cobaia de golpes novos que criava. Para esse treinamento valiam-se de ramos de árvores desfolhados, evitando assim os ferimentos que fatalmente ocorreriam se usassem a espada de verdade. Essa prática fez com que Musashi, pelo resto de sua vida, usasse um pedaço de pau ao atacar seus adversários, utilizando sua espada apenas para o golpe de misericórdia.

Tendo se tornado um fortíssimo cultor de espada, matou o assassino de seu pai numa luta frente a frente e a partir daí tornou-se um samurai errante respeitado e temido por todo o Japão. Pouco antes de sua morte, enclausurou em uma caverna nas montanhas de Kyushu, deixando registrada a sua filosofia. Seu livro tornou-se um clássico da sabedoria japonesa, tornando-se uma referência fundamental para os estudiosos das artes marciais, tanto no Oriente como no Ocidente.

A importância da perseverança, da iniciativa, do autoconhecimento e da paciência, principalmente durante os momentos de crise, são alguns dos ensinamentos que foram deixados por Musashi e incorporados aos ensinamentos das artes marciais.

(Retirado do livro: "O Caminho das Mãos Vazias")

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